Israel anunciou que iniciou uma série de ataques preventivos no sul do Líbano para evitar um grande ataque com foguetes e drones planejado pelo Hezbollah. De acordo com o exército israelense, caças destruíram milhares de lançadores de foguetes do grupo armado apoiado pelo Irã na manhã de domingo. Em resposta, o Hezbollah e seu aliado, o movimento Amal, relataram a morte de três de seus combatentes.
Retaliação e Impacto
O Hezbollah reagiu disparando 320 foguetes e drones contra Israel. Este ataque visou retaliar o assassinato de um comandante sênior do grupo. Além disso, o exército israelense confirmou que um soldado da Marinha morreu durante os confrontos.
Esse confronto marca uma escalada significativa no conflito que já dura dez meses. O aumento das hostilidades intensificou os temores de uma guerra total. Desde o início da guerra entre Israel e Hamas em Gaza, em 7 de outubro, houve quase trocas de fogo diárias ao longo da fronteira Israel-Líbano.
Papel do Hezbollah e do Hamas
O Hezbollah declarou que suas ações visam apoiar o Hamas, que também recebe apoio do Irã. Ambos os grupos são classificados como organizações terroristas por Israel, Reino Unido e outros países. Desde outubro, o ministério da Saúde do Líbano relatou mais de 560 mortes, principalmente de combatentes do Hezbollah. Por outro lado, autoridades israelenses confirmaram 26 civis e 23 soldados mortos em Israel. Além disso, a ONU informou que quase 200.000 pessoas foram deslocadas de ambos os lados da fronteira.
Ataque Israelense e Resposta do Hezbollah
No domingo, Israel lançou seu maior ataque contra o Hezbollah desde a guerra de 2006. As Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que cerca de 100 caças destruíram milhares de lançadores de foguetes do Hezbollah em mais de 40 áreas no sul do Líbano. O almirante Daniel Hagari, porta-voz da IDF, explicou que os ataques começaram após a identificação de “preparações extensivas” para um grande ataque aéreo por parte do Hezbollah.
Adicionalmente, a Agência Nacional de Notícias do Líbano relatou que os aviões israelenses atingiram locais como o Castelo de Beaufort e a área de Bir Kalb. Os ataques também se concentraram nas imediações das cidades de Ain Qana, Kfar Fila, Louaizeh e outras. Um residente de Zibqeen descreveu a situação como “a sensação de apocalipse”.
Impactos e Declarações
O Ministério da Saúde do Líbano informou que um ataque com drone matou uma pessoa em Khiam. O movimento Amal também confirmou a morte de um de seus combatentes na vila. Além disso, um ataque israelense na vila de Tiri causou a morte de duas pessoas. O Hezbollah confirmou a morte de dois combatentes em Haris, sem fornecer mais detalhes.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu comentou a escalada, afirmando que o Hezbollah tentou atacar Israel com foguetes e drones. Netanyahu explicou que a IDF recebeu ordens para realizar um ataque preventivo intenso para eliminar a ameaça. Segundo ele, a IDF destruiu não apenas foguetes de curto alcance, mas também interceptou todos os drones lançados pelo Hezbollah contra um alvo estratégico no centro do país.
Reações e Futuro
Netanyahu alertou que os líderes do Hezbollah e do Irã devem entender que esta ação é um passo para mudar a situação no norte. Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, informou que comunicou a situação a dezenas de seus colegas ao redor do mundo. Katz garantiu que Israel não busca uma guerra em larga escala, mas fará o que for necessário para proteger seus cidadãos.
Após os ataques israelenses, o Hezbollah anunciou que mirou e atingiu 11 instalações militares israelenses em Israel e nas Colinas de Golã ocupadas com mais de 320 foguetes Katyusha. O grupo considerou a operação como uma resposta ao assassinato de seu comandante militar sênior Fuad Shukr. O Hezbollah afirmou que a operação foi “completa e bem-sucedida” e desacreditou as declarações de Israel de que seus ataques impediram um ataque maior.
Imagens de vídeo mostraram explosões no céu enquanto foguetes eram interceptados pelo sistema de defesa aérea Iron Dome. Mais tarde, a IDF anunciou a morte de um soldado da Marinha em combate no norte de Israel. Relatos indicam que o soldado morreu em um incidente envolvendo um drone do Hezbollah e um interceptor do Iron Dome.
Ações Diplomáticas
O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, declarou em um discurso televisionado que o grupo mirou uma base de inteligência militar a cerca de 110 km dentro do território israelense. Nasrallah afirmou que todos os drones foram lançados com sucesso e entraram no espaço aéreo israelense. Ele advertiu que o grupo responderá novamente se os resultados forem considerados insuficientes.
Enquanto isso, o primeiro-ministro libanês Najib Mikati, cujo governo tem pouca influência sobre o Hezbollah, afirmou que está mantendo contatos com amigos do Líbano para tentar conter a escalada. Mikati pediu a cessação da “agressão israelense” e a implementação da resolução do Conselho de Segurança da ONU que encerrou a guerra de 2006. Além disso, ele destacou o apoio do Líbano aos esforços internacionais para mediar um cessar-fogo em Gaza e um acordo de liberação de reféns entre Israel e Hamas. Os EUA consideram que um acordo é essencial para reduzir as tensões na fronteira Israel-Líbano, uma vez que o Hezbollah declarou que interromperá as hostilidades somente após o fim dos combates em Gaza.
Na tarde de domingo, o diretor do Mossad e o chefe do serviço de segurança interna de Israel, Shin Bet, chegaram ao Egito para participar de reuniões com o diretor da CIA e o primeiro-ministro do Qatar.